De 0,6% a 1%, essa é a porcentagem da população morando nas ruas do país segundo dados do censo do IBGE.
O crescente aumento no número de moradores de rua é um fato alarmante e que pede por uma maior atenção por parte de nossos governantes, para que eles tenham a possibilidade de ter uma vida descente e com os recursos mínimos para se obter ao menos alguma qualidade de vida.
Só na cidade de São Paulo, o número de moradores em situação de rua chega a quase 14.000, 4.960 a mais que em 2000, quando foi realizado o último censo. Os dados são de uma pesquisa da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), encomendada pela Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social da Prefeitura de São Paulo, que mostra a realidade em que se encontra uma parcela significativa não apenas dos paulistanos, mas também de um grande número de brasileiros em todo o país.
Os motivos que levam uma pessoa a morar na rua são vários, como o desemprego, o abandono familiar ou até falta da família, a situação econômica, o desajuste social, problemas psicológicos e, muitas vezes, o vício em drogas como o álcool e o crack. Essas pessoas já não vêem expectativas em suas vidas, se encontram em uma situação de sobrevivência, fora do contexto social, sem esperanças ou sonhos, usando de papelões e jornais como proteção do frio durante a noite.
Não é apenas o governo que deve voltar seus olhos para essas pessoas, mas também a sociedade, que ao se deparar com um “mendigo” na rua passa como se não existisse nada naquele lugar, como se ele não fizesse parte de sua realidade. Essa imagem “inconveniente” passa despercebida aos olhos das pessoas, que já não enxergam solução para esse problema e ignoram o outro, que necessita de ajuda ou, pelo menos, ser tratado com dignidade.
O jornalista e escritor Tomás Chiaverini, de 28 anos, viveu em meio aos moradores de rua, se disfarçando como um deles para poder sentir na pela como era a situação vivida por essas pessoas, experiência que deu origem ao seu livro, Cama de Cimento. Durante esse período, ele notou um grande descaso por parte da sociedade em geral e explicou que o motivo de muitos dos moradores de rua não irem para os albergues, que oferecem programas de moradia, deve-se ao fato de não ser permitido que se leve grandes pertences como carroças e cachorros, bens que a maioria deles não consegue deixar para trás. Outro motivo é o rompimento dessas pessoas com a sociedade e, por consequência disso, não conseguirem se adaptar às regras dos albergues.
O importante ao se analisar essa realidade encontrada no Brasil, é lembrar que essas pessoas fazem parte de nossa sociedade, que todos possuem os mesmos direitos perante às leis e que devemos rever nossos conceitos e incentivar o respeito ao próximo, tratando a todos com dignidade, independente da situação socioeconômica em que esse se encontra.
Afinal, como deixa claro a Declaração dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas: “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade”.
Existem muitas ONGs (Organizações Não Governamentais) que ajudam esses moradores de ruas das mais diferentes formas. Se você se interessar em saber mais sobre esse assunto ou sobre as ONGs que prestam serviços desse tipo, aconselho que visite o site “Moradores de Rua”, onde encontrará diversos depoimentos e projetos ligados especificamente à realidade dos moradores de rua.
Espero pelos comentários e a divulgação de vocês, afinal, esse é um tema que deve ser mantido sempre em discussão, para que as providências e as soluções necessárias sejam tomadas a partir de uma mudança da consciência social de cada um.
Gabriel Landi
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